Promotor
Universidade de Coimbra - Teatro Académico de Gil Vicente
Sinopse
Uma mulher toma a palavra e proclama-se dona da sua liberdade. Declara, desafiante, não se submeter às regras da arte no exercício da sua atividade criativa, nem acatar as ordens dos seus pares. Declara o seu amor pela literatura, pela poesia e pela língua do seu país; o seu respeito e a admiração pelas escravizadas mulheres do seu povo; e expressa a sua solidariedade e a sua dor pelas miseráveis condições de vida que elas têm de suportar. Denuncia a espoliação do património florestal, a tragédia da emigração à qual se vêem obrigados centenas de milhares de compatriotas para poderem sobreviver, eles e as suas famílias, à fome e à miséria. E clama contra o silêncio em que tudo isto está envolvido. Mulher. Filha de mãe solteira. E de um pai padre. Escritora. E poeta. Galega de pensamento livre. Livre como os pássaros. Chama-se María Rosalía Rita de Castro.
Ficha Artística
Textos Rosalía de Castro
Dramaturgia e encenação Xúlio Lago
Interpretação María Barcala
Composição musical Vadim Yukhnevich
Gravação Mauricio Caruso
Espaço cénico e iluminação Antonio F. Simón, Xúlio Lago
Figurinos Susa Porto Vídeo e-Me Comunicación
Técnicos de cena RTA
Fotografía Tino Viz — Margen
Notas Suplementares
Programa Mostra de Teatro Galego
Coprodução Teatro Académico de Gil Vicente3 outubro 18h30
Clube de Leitura Teatral
Leitura dirigida por Ánxeles Cuña Bóveda (ES)4 outubro 11h00
Clube de Leitura Teatral
Masterclass com Ánxeles Cuña Bóveda (ES)
Informações Adicionais
Rosalía de Castro (1837) escreveu poesia, novelas e contos, em galego e em castelhano. É a figura mais relevante do Rexurdimento, movimento que procurou a recuperação literária, cultural, política e histórica da Galiza na segunda metade do século XIX. A publicação em 1863 do seu livro Cantares Gallegos marca um ponto de viragem na história da literatura galega, sendo o primeiro livro escrito em galego numa época em que esta língua estava desaparecida como expressão literária. Precursora da poesia cívica na Galiza, pronuncia-se nos seus escritos contra as duras condições de vida das classes populares no meio rural, que obrigam os homens a emigrar para poderem sobreviver e as mulheres a ficarem para cuidar dos filhos e com o duro trabalho da terra para terem sustento. Foi igualmente uma precursora no compromisso ecologista e na luta feminista, incluindo na sua produção literária a denúncia de agressões sexuais, a luta pela igualdade e a procura de um papel de protagonista da mulher na vida, na sociedade e na literatura. “Rosalía é a voz mais importante da poesia espanhola do século XIX, considerando-se o seu derradeiro livro — En las orillas del Sar — o ponto alto da criação poética nesse período.”